quarta-feira, 23 de março de 2011

Apesar da palhaçada, a vivência conta e muito. Nao basta gostar, tem que saber.

Pois é... Sempre que pensamos em uma banda, seja de rock n roll ou de qualquer outro estilo, sempre vamos pensar como um grupo de malucos curtindo a vida e fazendo o que gosta... Em partes, é assim.
O que a maioria das pessoas nao se dao conta é como os integrantes começam seu árduo caminho, desde conquistar seu primeiro instrumento, até subir num palco e mandar seu recado.
Claro, nao somos uma mega banda comercial, mas isso nao faz muita diferença quando se trata de batalhar pelo sonho de uma banda de rock n roll.

Nunca fomos bons de bolso, a nossa melhor festa é comprar umas cervejas, esfirras no habbibs e um pote de paçoca. Pra nós, isso é um manjar dos deuses. Antes de continuar, farei uma introduçao sobre a minha vivencia...

Antes de ganhar meu primeiro violão, com cinco anos de idade, eu nao dava a minima pra rádio ou mesmo pra musica em geral, pra mim, era indiferente. Aos poucos fui gostando da coisa e me acostumando com os dedos entrelaçamdo as cordas do meu velho kashima, e desembestei a tocar. Nao demorou muito, o rock n roll me abraçou e foi amor à primeira vista. Lembro como se fosse hoje, de madrugada na minha sala assistindo os clipes de rock da mtv quase dormindo, quando eu escuto um baixo numa distorção unica, uma bateria extremamente rápida e um riff fabuloso de guitarra. Um cara cabeludo com duas verrugas em meio a um sideburn gritando com a cabeça erguida. Era Ace of Spades, do Motörhead. Eu dei um pulo do sofá e quando percebi, estava literalmente com a cara colada na tela da tv. Desde entao, deixei de ser um simples roqueiro, Motörhead passou a ser minha banda de cabeceira e eu passei para o lado dos headbangers, do qual ,orgulhosamente, faço parte até hoje, com vinte e um anos de idade e quinze anos de guitarra.

Novamente pensando numa banda, nao imaginamos como tudo começou. Sabemos que ela esta ali, mas como foi que ela chegou ali sempre é um grande misterio. Partindo desse principio, comecei a prestar mais atençao nas bandas, comprando revistas com histórias e reportagens. Inevitavelmente, passei a querer fazer parte de uma banda, mas só contava com um kashima e a cara e coragem. Nao tinha uma guitarra. A guitarra que eu tocava era do meu amigo de infancia Rogner, que nao por acaso, segue comigo até hoje na banda.

Isso que digo agora pode parecer engraçado, mas no começo da era rock n roll, era a dramatica verdade...

Desesperadamente, passei a concentrar meus tostoes furados de troco de mercado unica e exclusivamente para comprar uma guitarra, mas moleque é moleque... Sempre tem alguma coisa a mais em mente. Eis que o dinheiro nunca rendia, pois até hoje, homem feito, nao consigo guardar dinheiro, por isso tenho a ajuda da minha noiva, Barbara, a nao-oficial cinegrafista das filmagens da banda, para segurar minha grana. Entao com desesseis anos eu ganho de natal minha primeira guitarra, uma shelter SG custom handmade vermelho sangue, que carinhosamente a Barbara nomeou de "a outra". Daí por diante a história ja foi contada milhares de vezes...

Para nenhum de nós, conseguir aprender a tocar um instrumento foi facil. Exigiu muito tempo de dedicação e paciencia, no caso da guitarra, os dedos rasgados de tanto lraticar, pra mim e pro Bira, no caso da bateria, as dores nos pés e maos do Keeper e do Rocha, a pratica no baixo, que oarece mas nao é nada facil, e a coordenaçao descomunal que se deve ao nosso tecladista Fillipe Fabbri, que representa e muito. Nós nos consideramos uma familia, e independente da banda, sucesso ou dinheiro, sempre seremos eternos loucos, que quando ligam os amplificadores, viram criança e se dedicam aos seus mais fiéis sonhos.

lembro também, do trabalho que eu dei para esses caras no começo, quando a gente se conheceu. o Bira tinha uma web rádio, e eu gastava metade do meu salario na lan house só pra escutar a radio e encher a cabeça dele com ideias pra banda, porque ainda nao tinha internet em casa.

Outro tabu para as bandas de garagem é marcar um teste para um novo integrante. Sempre rola aquela espectativa para avaliar a condição do cara, e quando nao rola é frustrante. temos que pagar o estudio praticamente sem proveito nenhum. um dia de ensaio jogado no lixo. procurar na internet, ligar, fazer contato e marcar um dia então, nem se fala...

O meu primeiro show integrando a MusRocker foi no Cervejazul Music Club, poucos dias antes da saída do The Keepper. Os nervos a flor da pele, a ansiedade fritava nos meus olhos mais brilhantes do que os de um garotinho vendo filme porno escondido da mãe.
Graças a Deus o publico foi receptivo ao extremo e conseguimos dar nosso recado em alto e bom som, com direito à bate cabeça e o escambal a quatro. fechando assim, um glorioso dia de show bem feito, e mais um dia de nossas vidas muito bem vivido. outros shows sucederam depois, mas isso sao outros quinhentos...

E é assim que nós caminhamos. assim somos uma familia feliz, fazendo o que gosta, fazendo Rock n' Roll!

Bruno, The Urubu.

Um comentário:

  1. é isso aew mano.. A vivencia conta muito.. sem ela nada faz sentido... A diversão e o Rock'n'Roll é o que nos motiva...

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